maio 29, 2009

Tudo o que o mestre mandar faremos todos?

CARÁTER?


Tenha caráter.

Seja boa pessoa.

Fique calada.

Faça o que "deve" fazer. Seja legal, e não aumente o tom de voz. Aguente ficar sem o que quer. Saiba esperar.

Mas... E se você não quiser?

E se você preferir jogar toda a merda no ventilador? Tem horas em que não dá mais pra segurar tudo dentro de você. Tudo tem limite, assim como a sua paciência.
Hoje apertei o botão FODA-SE um milhão de vezes. Apertei tanto que acabei fazendo besteira, confesso. Mas agora é tarde demais para se arrepender. Tem coisas que você diz, e que nunca mais poderão ser esquecidas. Assim como as coisas que você escuta e que te marcam para sempre.
As palavras machucam. Elas nos deixam em cacos para sempre, e não há nada que cure essa ferida.
Cansei. Pelo ao menos por hoje. Estou errada.Estou ferrada.
Errei mesmo, mas também erraram comigo. Não que eu seja menos errada por isso. Não me justifico. Sei que não há perdão. Não há vítimas na história.
Não sei o que vai ser amanhã. Realmente não sei.
Tem horas em que realmente não há. Ás vezes você prefere, ou é levada a preferir fazer uma merda do tamanho do mundo. E se arrepender pelo resto da vida. O mundo está cheio de arrependidos. Eu sou só mais uma arrependida e estou muito puta com isso.
Não sei o que vai ser amanhã. Realmente não sei. Sinceramente. Mas fazer o quê?

Paciência.

maio 23, 2009

Sexta-feira - Bem antes de dormir.

Quando cheguei do curso, comi que nem um animal irracional. E deveras fui mesmo irracional.
Mas pensando bem, acho que nem um animal irracional não come além da satisfação de sua fome.

Eis a observação: Quando um ser humano fica sem o que quer, ele fica meio chato, principalmente quando tenta de tudo e mesmo assim não consegue.
Agente se comporta sem raciocinar. Nasce um negócio estranho dentro de você. Nada que abale a sua felicidade, mas é um negócio enjoado. Assim como aquelas coceirinhas que dão dentro da perna e não tem como coçar.

É "Frustração".


No final das contas somos egoístas. Sim, nós somos. E por mais bonzinhos que sejamos e por mais agradáveis, pacíficos e simpáticos, no fundo se esconde algo sanguinário dentro de nós.
Tá bom... Confesso que exagerei no sanguinário. Não que algumas pessoas não tenham esse "sanguinário" dentro de si. Mas não é o caso.

Nós somos animais. Nós somos gulosos.
É uma auto mutilação. Não só a gula, mas quase tudo o que fazemos hoje em dia.
Nós somos obrigados a reprimir sentimentos. Somos obrigados a não dizer o que realmente sentimos. Seja ódio ou seja afeto.
Estamos reprimindo, esmagando, mutilando não só o coração, mas a nossa alma.
Você sai na rua, e é tudo tão automático. Você se torna automático. Acaba se tornando.
Não se consegue mais olhar nos olhos de alguém. É sempre, sempre tudo o que nos convém. Palavras, ações. E no fim, resta o egoísmo. A sujeira. A mais suja que criamos. A Solidão Coletiva.

O mundo se tornou um mar de solidão. Mesmo cercados de gente, não há mais o desejo de compartilhar.
Poucos são os que conseguem se importar com alguém além de si mesmos.
Eu me pergunto. Onde é que vamos parar? Já se perdeu o sentido das coisas. Todos os sentidos estão se perdendo no caminho. Todos os valores. Todo o respeito e carinho.
As pessoas passam pelas outras como tratores. A maioria delas é assim. Agitadas, estressadas. O mundo nos envenena. O mundo se tornou nossa obsessão e nossa prisão. Cada dia é uma coisa nova.
Mais uma coisa que nos distrái. Que nos afasta de nós; que nos afasta de quem amamos; que nos afasta da nossa escência humana.

E quando você percebe, já passou por alguém sem dar a menor importância. Já foi no mercado, tratou mal a caixa. Foi na padaria e não deu bom dia à atendente. No final das contas você acaba se tornando o que tanto desprezava. No final, você nem sabe mais quem é a pessoa que você vê no espelho.
"Aquela criança. . . Que brincava, que olhava o céu, descobrindo desenhos nas nuvens. Que voltava pra casa com o joelho ralado e com o corpo coçando por causa do mato."
Certamente você não vai voltar a ser essa criança, mesmo que quisesse.

Já nos tornamos o mundo. Nós queremos o mundo.
Tomamos cada dia que passa uma dose do veneno, sem que percebamos.
Nos habituamos a tomá-lo. Inocentemente o veneramos.
O lado mais íntimo da dispersão.

Mas alguns de nós tentamos e continuaremos tentando, desviar desses instintos pré estabelecidos.

maio 05, 2009

Eu reclamo

Ah eu reclamo sim. Reclamo de como estou me sentindo. Reclamo por estar assim.
Eu reclamo, porque dizer pra mim mesma que estou agindo errado já não adianta. Então eu converso com Deus e mais uma vez reclamo.
Eu me sento, eu reflito e nada. Grande vazio esse que se instalou na minha cabeça. Então eu converso mais uma vez com Deus. Só ele pode me ajudar. Mas enfim, não sei como chamar a sensação que eu estou sentindo.
Hoje vou assistir aula a noite, querendo não ir. Querendo ficar no meu quarto, me lamentando com as memórias do passado. É, hoje estou assim.
E mesmo assim não sei dizer como eu me sinto.
Agora estou feliz e tenho saudade. Saudade de tantas coisas que vivi, e droga! Elas não saem de mim. Elas não me deixam... Elas me perseguem, e eu só quero fugir. Elas me machucam porque são tão bonitas e eu já não as tenho.
São só lembranças. Apenas isso.

Mas eu insisto. Já não evito mais perder meu tempo. Estou em busca de algo que não sei o que é.
Eu vou me arrumar para a escola, passar batom e talvez lápis preto. Pegar a mochila, pensar no tempo. Trancar o quarto e guardar as chaves na mochila. Levar a mochila num ombro só e ficar com dores. "Reclamar das dores". Mas como sou idiota! Eu mesmo causo essas dores.
Eu vou pegar o dinheiro do ônibus e já deixar na minha mão. Talvez tomar açaí. Talvez colocar a mochila nos dois ombros. Eu vou. Eu vou. Eu vou.
Chegar na Escola e dar boa noite para alguns. Eu vou observar alguns. Eu vou beber água. Vou me sentar na carteira e assistir a aula.
Na volta vou pegar o ônibus lotado. Vou ter que escutar a conversa dos alunos, no ponto de ônibus. A maioria são homens. Eu tenho que escutar conversa de homem!
Vou andar pela rua 17 e caminhar até minha casa. Vou pensar em comida. Vou me sentir triste. Quando eu chegar em casa não vai ter ninguém. Meus avós estarão dormindo. Minha mãe está longe.
Vou tomar banho e me sentir sozinha.
Vou vestir uma roupa confortável e nada vai mudar.
Vou visitar meu orkut, com uma putz carencia. Vou me sentir triste. Vou pensar em tudo. Talvez eu pegue algo pra estudar.
E mesmo assim eu vou continuar pensando e insistindo. Vou reclamar de alguma coisa dentro de mim. Vou me sentir pela metade. Não vou saber o que é que estou fazendo. Vou orar. Vou dormir. Vou sonhar alguma coisa. E amanhã tudo vai ser novamente abstrato. Tudo vai ser novamente tão chato.
Estou atrasada e tenho que ir.

maio 01, 2009

Aprendendo a Acordar



Acordar não é fácil. Principalmente de manhã. Mas não é sobre este acordar do qual estou falando.
---
Bom...
Esses dias foram doloridos. Principalmente no coração. Me senti sozinha, me senti um lixo. Aconteceram vários problemas por aqui.
Senti falta da minha mãe. Me enganei com muitas coisas. Descobri verdades.
É... a verdade dói. Dói e muito.
Passei uns dias de conflito interno.O que seria de mim, se não fosse Deus e meus amigos?

Enfim. Eu sofri.
Fiquei triste. Chorei, chorei até não ter mais lágrima. Mas passou.
Finalmente passou. Mas não passou porque as forças acabaram.. Passou porque foi difícil passar e finalmente entendi, que as coisas acontecem não pelo acaso. E sim para nos ensinar algo.
Durante muito tempo fiquei pensando em fazer as coisas certas. As escolhas certas. O meu mundo certo. E me esqueci. Ahh grande erro o meu! Me esqueci de mim mesma.
Mas lembrei esses dias. Levei uma paulada na cabeça pra recuperar a memória.
Perdi o sono, acordei com olheiras. Passei os dias pensando nos erros, nos acertos, até que decidi. Já chega!
Agora vou pensar em mim. Apenas isso.
Não que eu pense que devemos esquecer das pessoas. Mas cuidar delas demasiadamente, tentar compreender, aceitar os vacilos, e se limitar por causa disso não é bom. Realmente não é. Isso cria mágoas internas.A inda mais quando as pessoas te dão uma rasteira depois de tudo.

Então é assim. A vida acontece. As coisas acontecem. No tempo certo. Talvez agente pense que não, mas acontecem... E com isso você amadurece.

Eu aprendi a acordar. A olhar as coisas como elas são.
E o que vejo agora é uma vida pela frente. Uma vida que eu vou agarrar com unhas e dentes. E os sonhos que tenho... Ah.. Vou sonhá-los acordada, é claro. É o que quero. E vou conseguir.
Não quero mais idealizar. As coisas de verdade não precisam ser idealizadas. Elas acontecem naturalmente. E é por isso que estou esperando agora. Bem alerta; bem acordada.