O som dos passos. Apressados, espaçados e o eco nesse túnel. Porque meus olhos enxergam como túnel, e não como estação de metrô.
O ar falta, e as palavras são guardadas para serem ditas quando estivermos ao ar livre. Realmente enxergo preto e branco. Uma solidão bem leve. Um frio no estômago.
Você não me dá sua mão, pra que juntos possamos expressar nossa ansiedade.
Você simplesmente se afasta. Eu não o conheço. Eu observo.
Eu conto os quadrados no chão, eu leio as propagandas e olho os rostos e vultos apressados, imaginando que talvez todos sejamos vultos. Digo, até mesmo eu, que observo.
Então finalmente você sai.
E todos ainda continuam como objetos. Apenas andando e guardando seus pensamentos.
Escondendo suas estórias e lutando contra algo impossível. Sempre.
Todos os dias.
Talvez isso perdure até o fim.