abril 09, 2010

Pureza

' Tinha a pele nua, e as pernas mortas. Seu mundo agora, que ela tanto protegia, já estava completamente abalado.







Deixou de ser alma, para ser apenas corpo. Não estava ali. Nunca quis estar ali, mas era um desejo que a consumia, e já não tinha controle sobre seus atos.


E a cada movimento ela se sentia mais morta, apesar de estar completamente viva. Respiração, tato, olfato... Seus pulmões nunca trabalharam tão bem.


O sangue corria em suas veias de uma forma que nunca foi sentida antes.


Ela se entregou. Sem culpa e ao mesmo tempo condenada. Condenando-se a cada caçada. Essa era a vida que ela nunca escolheu, mas que sua mente sempre havia planejado desde seu nascimento.


Ela havia nascido unicamente para matar.


Aquilo era sua droga.


Aquilo fazia ela se sentir especial e ao mesmo tempo a mais suja dos mortais. '




 
Pureza - Microcontos Iniciais.
Stephanie Mello.·.