outubro 15, 2010

Metrô

 

O som dos passos. Apressados, espaçados e o eco nesse túnel. Porque meus olhos enxergam como túnel, e não como estação de metrô.

O ar falta, e as palavras são guardadas para serem ditas quando estivermos ao ar livre. Realmente enxergo preto e branco. Uma solidão bem leve. Um frio no estômago.

Você não me dá sua mão, pra que juntos possamos expressar nossa ansiedade.
Você simplesmente se afasta. Eu não o conheço. Eu observo.

Eu conto os quadrados no chão, eu leio as propagandas e olho os rostos e vultos apressados, imaginando que talvez todos sejamos vultos. Digo, até mesmo eu, que observo.

Então finalmente você sai. 
E todos ainda continuam como objetos. Apenas andando e guardando seus pensamentos. 
Escondendo suas estórias e lutando contra algo impossível. Sempre.
Todos os dias. 
Talvez isso perdure até o fim.

4 comentários:

Kàh disse...

A hora que eu comecei a ler lembrei de um filme que eu vi que chama: Plataforma do medo (por sinal é horrível e sem graça) mas enquanto lia fui me apaixonando é muito bonito

bjux
bom fds.

• || Rai || • disse...

Em uma estação de metrô todo mundo está em sintonia... com a mesma intensidade de passos. E no trem então?? Sai da frente, senão vc é esmagado pelo gado, SKOSKOSKOS

Bom final de semana, Teph! :D

André Walker disse...

incrível... eu sempre pensei nisso.
e acho elgal olhar pras pessoas e imaginar que diabos estão pensando ^^

Lorde Croowel disse...

Tão lindas as suas palavras, tão sinceras e doloridas..hehe.
No final das contas é bem assim que as coisas são de fato.